Unidades Prisionais a um passo da sustentabilidade.

 

Foto: Ricardo Nascimento


Plásticos PP, PEAD, PS, PET entre outros, criando no início do século XX, o plástico tornou- se algo comum no dia a dia das pessoas, sendo utilizado em quase tudo que existe. Desde peças de veículos, instrumentos cirúrgicos e órgãos artificiais, artigos decorativos, roupas e calçados, produtos para construção civil, cosméticos e as embalagens de praticamente tudo que é fabricado no mundo moderno. 


Anualmente, cerca de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidas pelo mundo, sendo que quase 160 toneladas são de embalagens de uso único.  para se ter uma ideia, o primeiro plástico criado por volta de 1950, ainda existe em nosso meio ambiente, pois  a grande maioria deste resíduo acaba em aterros e pior, são descartadas no meio ambiente, onde se desagrega em micropartículas e poluem as águas e o ar, prejudicam a fauna marinha e, finalmente, são ingeridas pelos seres humanos.


Infelizmente, já existe mais plástico nos oceanos do que na terra e até 2050, haverá mais plástico nos oceanos do que peixes. Além disso, praticamente todas as aves marinhas, peixes e até mesmo o plâncton já possuem microplásticos nos seus organismos. Para se ter uma ideia, em 2020, cientistas conseguiram identificar os primeiros seres humanos com microplásticos em seus organismos. 


Guerra total contra o lixo.


Dado o exposto, o programa socioambiental dos Estabelecimentos prisionais do Estado de Minas Gerais, atua na redução dos impactos ambientais causados pelos complexos prisionais de Ribeirão das Neves e São Joaquim de Bicas.  Criado em 2015 no presídio Inspetor José Martinho Drumond, o projeto piloto realizou uma série de pesquisas sobre a possibilidade de se criar uma unidade prisional sob a ótica ecológica, atendendo os pilares da sustentabilidade, além de promover a educação ambiental e metodologias para reutilizar, reduzir e reciclar os próprios resíduos sólidos.  


Em 2019, o programa socioambiental entrou em operação com a proposta de reciclar as embalagens de uso único, chamadas popularmente de “ marmitas de isopor®”, mas tecnicamente, são embalagens de EPS - poliestireno expandido, um tipo de plástico celular rígido composto por 98% de ar e 2% de plástico, entretanto, somente nos complexos prisionais de Ribeirão das Neves, mais de 150 KG deste material são gerados diariamente.


O processo de reciclagem destas embalagens se tornou possível após uma parceria entre Governo do Estado de Minas Gerais e a iniciativa privada que através de um processo inovador que transforma os resíduos de EPS em produtos altamente resistentes usados na fabricação de molduras, quadros, porta, retratos, espelhos, revestimentos, decks, rodapés, guarnições, rosetas para portas, entre outros, utilizados pelo mercado da construção e decoração no Brasil e exportado para vários países.


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