Vamos falar de colchões velhos




Olá! Meu nome é Ricardo, Gerente de Produção da Eco-Lógica, e hoje, gostaria de abordar o tema Colchões velhos.

De Acordo com a ABICOL - Associação Brasileira da Industria de Colchões, o colchão tem prazo de validade e deve ser trocado no período correto. Isso porque além de ácaros e sujeira, dormir em um colchão muito velho pode trazer diversos prejuízos a saúde como por exemplo, diversas doenças na coluna, como a cifose (corcunda), lordose (arco lombar curvado) ou a escoliose (que entorta a estrutura da coluna).

Já a Ecycle, explica que quase todos os colchões são feitos de espuma de poliuretano. O poliuretano possui isocianatos em sua composição, o que o torna muito volátil, principalmente em temperatura ambiente e, por causa disso, oferecem risco a saúde de pessoas a elas expostas. Quem inalar isocianatos pode ter irritação nos olhos e mucosas, e a exposição a elevadas concentrações pode levar a bronquites e até a edemas pulmonares.

Diante deste problema e na tentativa de reduzir a distância entre a sociedade e a população carcerária do Estado de Minas Gerais, a Eco-Lógica está desenvolvendo um programa inédito em parceria com a SEAP - Secretaria de Administração Prisional, tendo como foco, a reciclagem de colchões velhos dos presídios do Estado de Minas Gerais que atualmente ultrapassa os 70 mil presos. Trata-se da nova fase do Programa Socioambiental dos Estabelecimentos Prisionais do Estado de Minas Gerais, que visa criar o primeiro complexo prisional sustentável do Estado mo município de Ribeirão das neves. O programa ainda esta em fase de testes, mas desde o seu inicio 14/10, já foram recolhidos mais de 1300  kg de colchões, apenas na primeira quinzena de funcionamento.
Compartilhar:

Empresa recicla quatro toneladas de EPS-isopor por mês em Ribeirão das Neves utilizando mão de obra de presos




Uma parceria entre o Departamento Penitenciário de Minas Gerais, por meio do Presídio Inspetor José Martinho Drumond e a empresa Eco-lógica, tem alcançado resultados significativos no reaproveitamento de resíduos gerados por unidades prisionais de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A empresa, instalada na área externa do presídio, atua desde o ano de 2015 na separação e reaproveitamento do lixo produzido no estabelecimento prisional e, desde o início do ano de 2019, tem focado suas atividades na reciclagem do isopor proveniente de marmitas utilizadas na alimentação da população carcerária das cinco unidades prisionais de Ribeirão das Neves.

Cerca sete mil presos das unidades José Maria Alkimin, Antônio Dutra Ladeira, José Abranches Gonçalves e Inspetor José Martinho Drumond fazem duas refeições ao dia, que resultam no descarte de quatorze mil marmitas de isopor, gerando em média trezentos quilos do material passível de reciclagem. O dono da empresa e engenheiro ambiental, Pedro Caiafa Ribeiro Zeferino, explica que o isopor é um material de difícil aceitação em aterros sanitários, devido à instabilidade no solo provocada pelo material quando enterrado, podendo ocasionar acidentes e danos a veículos pesados que fazem a movimentação do lixo nessas áreas. “Eu acredito muito no potencial de reaproveitamento do isopor gerado nas unidades prisionais do estado. Em parceria com o setor privado é possível que o governo consiga reciclar totalmente os resíduos, desonerando os aterros e gerando frentes de trabalho voltadas para a população carcerária”.

Atualmente, a Eco-lógica utiliza a mão de obra de seis internos do regime semiaberto, sendo quatro funcionários da empresa e dois trabalhando por remição de pena, modalidade na qual a cada três dias trabalhados, um dia é subtraído da pena.

Para a diretora de atendimento do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, Michelle Tatiane Lopes, além da criação de frentes de trabalho que são fundamentais para a ressocialização dos internos, a atividade contribui efetivamente com a comunidade, que reconhece a importância ambiental da proposta. “O município de Ribeirão das Neves possui mais de trezentos mil habitantes e projetos sustentáveis como este agradam os empresários e a comunidade, que tem contribuído com a proposta doando equipamentos”. A diretora acredita que com a expansão das demais atividades da parceria seja possível pensar em uma unidade prisional totalmente sustentável.

Transformando rejeitos

Poliestireno expandido é um tipo de plástico celular rígido conhecido como isopor composto por 98% de ar e 2% de plástico. Apesar de não possuir elementos tóxicos em sua composição, o EPS não apodrece nem ganha bolor, não é solúvel em água nem libera substância para o meio ambiente.

O gerente de produção da Eco-lógica, Ricardo Luiz Nascimento, relata que o processo de reciclagem das marmitas é eficiente por não ser necessária a lavagem do material. “Ao contrário do que as pessoas pensam, o EPS é 100 % reciclável. Após a retirada dos restos de comida, o EPS passa pela secagem e é inserido máquina de densificação, que retira o ar do EPS, o que equivale a 98% do seu volume transformando-as em uma massa.”

Tecnologia inovadora

A empresa Eco-lógica é também parceira das empresas Proecologic, detentora da patente do processo de densificação do EPS e a Santa Luzia, responsável pelo processo inovador que transforma os resíduos de EPS em produtos altamente resistentes usados na fabricação de molduras, quadros, porta, retratos, espelhos, revestimentos, decks, rodapés, guarnições, rosetas para portas, entre outros, utilizados pelo mercado da construção e decoração no Brasil e exportado para vários países.

A atividade da Eco-lógica no Presídio Inspetor José Martinho Drumond evitou que quatro toneladas de EPS fossem descartadas de maneira imprópria, somente no mês de setembro, além de gerar emprego e renda dentro e fora do Sistema Prisional do Estado de Minas Gerais.


Por Rangel de Oliveira

Fotos: Dirceu Aurélio

Compartilhar:

Fogo na Amazônia foi ateado por interesses que destroem, diz papa Francisco


O papa Francisco celebrou nesta manhã de domingo (6), na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a missa de abertura do Sínodo da Amazônia, que reúne bispos e outros convidados de nove países do bioma para debater temas da Igreja Católica na região e a situação do meio ambiente e dos moradores locais, incluindo os povos indígenas.

Em sua homilia, que durou cerca de dez minutos, o papa criticou o fogo que "devastou recentemente a Amazônia", pediu que a igreja não se limite a uma "pastoral de manutenção" e que o sínodo tenha inspiração para "renovar os caminhos para a igreja" na região.

Papa Francisco junto a representantes das comunidades indígenas. "O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é o do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros. Pelo contrário, o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos", afirmou o papa, no trecho mais explícito sobre as queimadas nas últimas semanas na região.

Antes, ele atribuiu a destruição aos "novos colonialismos" que "querem avançar apenas suas próprias ideias e queimar o diferente para padronizar tudo e todos ", alertou. Em referência aos "novos caminhos" para a ação da igreja na área, pediu "prudência audaciosa" para que "não se apague o fogo da missão".

"A igreja não pode de modo algum limitar-se a uma pastoral de manutenção para aqueles que já conhecem o Evangelho de Cristo. O ardor missionário é um sinal claro da maturidade de uma comunidade eclesial", disse. 

A assembleia que começa amanhã no Vaticano vai debater a possibilidade de ordenar homens casados como sacerdotes, a criação de ministérios oficiais para as mulheres e a incorporação de costumes dos povos indígenas em rituais católicos.

Diante de basílica lotada, um grupo de índios brasileiros ligados ao Cimi (Conselho Indigenista Missionário) participou da cerimônia, levando até o papa o material do ofertório. Além dos representantes indígenas, participaram da cerimônia solene mais de 200 prelados entre bispos e cardeais, além de numerosos indígenas da Amazônia.

No final, o mesmo grupo abriu faixas dentro da basílica, com dizeres em português e em italiano "contra o roubo e a devastação e invasão dos territórios indígenas".

As sessões do sínodo terão como ponto de partida o "instrumentum laboris", ou instrumento de trabalho. Ele foi divulgado em junho deste ano e é um diagnóstico da situação da Amazônia. Foi elaborado a partir de encontros com a população local, por meio de rodas de conversa e seminários, organizados desde que o papa convocou o sínodo, em 2017. Foram quase 90 mil pessoas ouvidas oficialmente.

Também no "instrumentum laboris" é levantada a questão de uma teologia indígena, "que permitirá uma melhor e maior compreensão da espiritualidade indígena, para evitar que se cometam aqueles erros históricos que atropelaram muitas culturas originárias". 

Tudo isso tem atraído críticas da ala conservadora da igreja, que faz coro com os que veem com desconfiança o viés ambientalista deste sínodo, incluindo o governo Jair Bolsonaro (PSL), aumentando a expectativa pelo sínodo e seus resultados. 

Na prática, nas próximas três semanas, bispos e demais convidados estarão reunidos para debater temas comuns aos nove países, aqueles sintetizados no "instrumentum laboris". O papa é o presidente do sínodo. Simultaneamente aos debates, uma comissão especial prepara o texto de síntese, que, nos últimos dias, será submetido à assembleia para votação.

O documento aprovado é entregue ao papa, que decide como usá-lo em sua exortação apostólica, em que indica diretrizes para o clero. As duas últimas exortações pós-sinodais foram publicadas cerca de cinco meses depois de cada assembleia.

Entenda o Sínodo O que é sínodo

O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de especialistas. Convocado e presidido pelo papa, discute temas gerais da Igreja Católica (como juventude, em 2018), extraordinários (considerados urgentes) e especiais (sobre uma região). Instituído em 1965, acontece neste ano pela 16ª vez.

Especial Amazônia

Anunciado em 2017 pelo papa Francisco, o Sínodo da Amazônia trata de assuntos comuns aos nove países do bioma, organizados em dois eixos: pastoral católica e ambiental. Depois de meses de escuta da população local, bispos e demais participantes se reúnem entre 6 e 27 de outubro, no Vaticano.

Para que serve

O sínodo é um mecanismo de consulta do papa. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que ele dê diretrizes ao clero, expressas em um documento chamado exortação apostólica. As últimas duas exortações pós-sinodais foram publicadas cerca de cinco meses depois de cada assembleia.

Quem participa

O Sínodo da Amazônia reúne 184 padres sinodais (como são chamados os bispos participantes), sendo 58 brasileiros. Além dos bispos da região, há convidados de outros países e de congregações religiosas. Também participam líderes de outras comunidades cristãs, da população e especialistas –no total, há 35 mulheres. O papa costuma presidir todas as sessões.

Principais polêmicas

Este sínodo tem recebido críticas do governo brasileiro, incomodado com o viés ambiental e pressionado pela situação na Amazônia, e da ala conservadora da igreja, que vê como inapropriado o debate sobre a ordenação de homens casados como sacerdotes, a criação de ministérios oficiais para mulheres e a incorporação de costumes indígenas em rituais católicos.


Compartilhar:

Mais visitadas